segunda-feira, 15 de agosto de 2016



Meus dias andando com Jesus...





Pensei... Pensei e repensei... No fim nos prós e contra que não sei, resolvi por aqui colocar um pequeno conto que fiz pelos idos de 2004, quando participava de um Fórum Maçônico Lusófono do meu ir:. portuga Luiz de Figueiredo, cujo Fórum tem o seguinte título Portal Maçônico – Maçonaria Lusófona, na qual discutia diversos assuntos além de assuntos maçônicos, como por exemplos sobre as existências dos Evangelhos denominados Apócrifos.
E que de certas formas tem a haver com a minha condição de Maçom, iniciado em 1985, no dia 17 de outubro, numa quinta-feira. Vias dos meus padrinhos maçônicos de apresentação, os irr. Eugenio Carbone (in memoriam) e Luiz Gonzaga Santarelli.

Citado o nome de Carbone, meu irmão e amigo, em certa ocasião conversando sobre quem escrevem um livro e não o expõe, ele argumentou: Escrever um livro e não levar ao conhecimento de alguém, é como guardar dinheiro embaixo do colchão da cama. Um dia ele fica desatualizado. Ou perde o valor... Com isto resolvi o que disse acima não saber.
Como partes dos simbolismos maçônicos são baseados nas coisas do Velho Testamento Cristão, ou Torá do povo Hebreu, busquei fazer intensivas pesquisas de elementos dos simbolismos ali descritos, para isto, envolvendo-me em muitíssimo com a Bíblia, como um todo. Passei estudá-la intensivamente capítulos por capítulos. Temas por temas. Pessoas por pessoas, que ali iam compondo o histórico do mundo sócio-político econômicos do povo Hebreu, interagido com outros diversos povos da região. E foram poderia afirmar 10 ou 12 centenas de vezes que assim procedi.
Numa noite qualquer, não sei precisar quando, estava lendo sobre o que se passou na vida do hebreu Jesus, o filho da cidade de Nazaré. Por antes, tinha lido em diversos sites, vários livros sobe a vida de Jesus nos chamados Evangelhos Apócrifos que assinalam passagens outras da vida de Jesus. Em certos momentos comecei a elucubrar como seria minha vida naqueles tempos andando e convivendo a vida de Jesus, daí saiu o conto que a seguir irei expor:





MEUS DIAS ANDANDO COM JESUS...


Corria o ano 17 d.C. e Eu morava juntamente com meus pais e irmãos num lugarejo distante uns 245 quilômetros de Nazaré. Meu pai era um homem feliz e dizia ter sido agraciado por Deus em dar-lhes quatro robustos meninos. Jeronimo o mais velho, e os menores Marco Antônio e Luís Felipe. Costumava brincar o meu pai, para com minha mãe Ione, vangloriando-se de que não teria que descontar nenhuma duplicata, referia-se a ter uma filha, sendo a duplicata o dote. Depois veio a ter outros filhos com outras mulheres...

Certo dia meu pai Jerônimo Gueiros Junior, assim ele se chamava, me chamou e disse:

“EfeGueiros” precisamos conversar... Num desempenho bem exclamativo o que sempre me deixava com orelhas em pé! Assim meu pai me chamava, fazendo um acrônimo abreviativo de Fernando e Gueiros. Efe, de Fernando e Gueiros nome da minha família, formando EfeGueiros.

Temeroso... Eu perguntei: Sobre o que meu pai?

Ele se levantando e se pondo a caminho disse: Vamos ao campo.

E fomos... Tangendo as ovelhas, bodes e os cabritos; meu pai ia falando num tom mais sério do que de costumes...

Meu filho você já está quase um homem e preciso que você venha a me ajudar.

Eu! Espantado com tal com tais colocações, lhe interrompi... Mas, Eu não lhe ajudo meu pai? Não cumpro todas as tarefas que me são dadas?

Ele então me falou. Escute: Não tenho queixas contra você. És um menino laborioso que só me traz alegrias.

Porém preciso de uma cabeça melhor do que a minha. Nós temos inúmeras reses, inúmeras ovelhas, bodes cabritos; comercializamos o leite, os queijos, as carnes, as lãs; comercializamos as aves que criamos, como galinhas comuns, d’angola, ovos, codornas. Estamos bem situados e devemos crescer mais. Entretanto, para isto preciso de uma pessoa mais estudada. Por isso meu filho resolvi mandar você para Nazaré para estudar mais. Você vai para casa de seu tio Clarindo (que o irmão caçula dele), e que era apelidado de Canena. Meu pai por apelido entre irmãos e primos era conhecido por Sansina. Canena, para quem não sabe é avarento. Já Sansina, não tenho a mínima ideia do que seja!

E com ressalvas foi-me explicando de suas querências... Não se preocupe que ele não nos está prestando um favor. Para isto, será muito bem remunerado, diria: excepcionalmente bem. Clarindo sempre foi meio mão de vaca. E não daria abrigo assim tão facilmente; confessou rindo das coisas do irmão.

Senti uma sensação de medo correndo pela minha “espinha”, por minhas costas, vindo em seguida, no mesmo instante de suas palavras, um frio a barriga. O medo de um desconhecido; que Eu não queria ou gostaria de conhecer. Então retorqui quase sussurrando: Pai será preciso... Eu gostaria muito de ficar por aqui ajudando o senhor.

E ele argumentando me disse: Filho! Sou um homem velho e experiente, e a vida tem demonstrado que maiores conhecimentos ajuda o caminhar na vida, mais facilmente. E como já falei com sua mãe, que também não gostaria que você saísse de casa, eu decidi... Você vai para casa de Canena e estamos conversados. Portanto, hoje iremos mais cedo para casa, pois teremos que sair por volta das quatro da manhã para cobrirmos esta jornada em dois dias, ou dois dias e meio.

Já em casa, minha mãe Ione preparou as carnes defumadas, queijos (alguns também defumados), pães ázimos, e outros tipos de pães e bolos, tudo colocado num cesto, colocando ainda, uma botija de tamanho médio, de vinho e outra, uma grande, de água (feita de pele dos animais) nas sacolas, que levaríamos junto com nossas roupas. Meu pai pegou tudo e carregou nos caçuás (tipo de cesto feito de vime, próprio para carga em lombos de animais naquelas plagas) e pôs tudo num burrico que nós tínhamos. Deixamos tudo em nosso curral, aos fundos da casa, e fomos todos nos deitar.

Às quatro da manhã, aos ameaços dos primeiros raiarem do sol, nos pusemos a caminho. Levamos exatos dois dias e um quarto de horas para chegar à residência do meu primo, conforme meu pai havia previsto.

Lá chegando foi àquela alegria. Havíamos chegado até descansado, pois meu pai não carregou nos passos forçados já com este intuito. Meu primo reuniu a família toda, apresentando todos para mim, tendo em vista, que ainda não os conhecia, ou melhor, Eu os tinhas vistos com muito pequena idade. Minha tia, apelidada de baixinha e suas seis filhas. Diga-se de passagem, lindas seis filhas.

Meu pai olhou para mim e com olhar risonho e com voz de canto de boca me cochichou exclamando: é muito castigo! Queria ele se referir ao número de mulheres que o irmão dele tinha em casa.

Em seguida, após nos limparmos das intempéries da caminhada, poeira e suores, passamos a mesa para o almoço. Fomos maravilhosamente recepcionados, estava claro que meu primo queria impressionar a meu pai. Bebemos, rimos, contaram-se histórias e deixaram-se as coisas de família em dia. Após a reunião do almoço fomos fazer a sesta (ao tipo de uma siesta mexicana). Também de costumes por aquela região.

Após isto, meu pai chegou ao seu irmão e disse: Clarindo meu irmão; dê-me licença gostaria de sozinho mostrar a cidade ao meu filho. Aquilo aos meus ouvidos soou-me á segundas intenções.

Andamos calados por vários tempos. Aí meu pai abriu a conversa: Teu tio Clarindo deve ter feito um bocado de ruindade na vida solteira, para tamanho castigo (ele se referia ao número de filhas). Nenhum menino. E nem escolheu outra mulher para conceber um menino, falava isto, pois era normal por aquelas plagas, e na forma da lei local, o judaísmo, o homem poder pegar outras mulheres para que concebessem um filho homem, depois de alguns nascimentos de somente filhas. Ressalto assim era a forma e lei que existia naquela sociedade. Mas, meu tio nunca usou de tal expediente.

Mais alguns passos e Eu fiz-lhe uma pequena digressão dizendo: Mas, as meninas são lindas meu pai! Os dotes não serão tão altos. Eu mesmo nem quereria dotes para casar com quaisquer delas.

Ele de rápido voltou-se para mim dizendo: Olhe! Falando em tom enérgico... Não pense que Eu não vi o enxerimento delas. Estavam eriçadas que nem cabritas no cio. Bem, ele fazia este comentário por que Eu era um menino muito bonito. Era alourado, com olhos azuis fortes e pele morena queimada pelo viver no campo, e havia por certo chamado a atenção das meninas. Minhas primas.

Continuou meu pai: Olha moleque se tu fizeres besteiras com quaisquer destas meninas dou-te uma coça de arrancar teu pelo e após passo-te o trinchete (faca de sapateiro, terminada em faceta e mais ou menos de gume encurvado) e te deixo eunuco. Ao término daquelas palavras... Correu-me um frio pelo espinhaço a ameaça feita.

Eu meio quase gaguejar pelas severas advertências disse... Pode ficar tranquilo papai, não sou doido não! Ressaltei para mim defender. Ao que ele repetiu: Espero que não seja mesmo... E desconversando falou: Bom às coisas já foi bem colocado. Vamos voltar para casa que Eu quero dar uma boa dormida e amanhã já correr o pé na estrada.

No outro dia, bem cedo, também aos tempos de o sol raiar, antes de sair ele disse: Filho estás hoje com 14 anos e poucos meses, quero que tu fiques por aqui até os teus dezoito ou dezenove anos ou o tempo que for necessário para que tenhas todos os conhecimentos de que Eu preciso.

Está certo, meu pai, falei-lhe: farei todo esforço necessário para que isto aconteça. Eu lhe juro! Exclamei!

Bem... Meu pai Jerônimo seguiu. Ao vê-lo sair deu um vazio no meu estomago. Era a primeira vez que me via longe dele e de minha família. Seguia-se então a anormalidade de minha vida em Nazaré. Anormalidades porque tudo era um futuro diferente.

Ao raiar do novo dia, após a viagem de meu pai, meu tio Clarindo me levou a uma das escolas mais procurada da localidade. Era ao lado de um templo judaico sendo os mestres dois rabinos. Inscrevendo-me nos cursos por esses aplicados.

Sobre mim: Eu sempre fui um menino muito alegre. Apesar de responsável sempre fui também muita peralta. Faço esta ressalva porque aqui começa a verdadeira estória de MEUS DIAS ANDADOS COM JESUS.

Chegando a escola escolhi ficar nas três ultimas carteiras. Dali do fundo Eu tinha uma ideia melhor de todos. Éramos todos trinta e três aprendizes. Logo vi que havia, dentre os 33, alguns, que no futuro agente ia se bater de bico. Simples falta de empatia. Premonição. Porém, dentre todos se destacava um menino, bem mais velho que Eu, acredito ter uns 16 a 17 anos, que aparentava muitas diferenças. Enquanto todos, ou a maioria vestiam-se de túnicas bejes, aquele menino vestia túnicas brancas, limpíssimas. E parecia-me ver-lhe uma áurea de luminosidade na sua pessoa!

Passados alguns dias deu para ver que aquele menino afora se distinguir pelas vestimentas, distinguia-se também pela atenção e a vontade de aprender. Era sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Interessava-se pelas dissertações dos rabinos e fazia-lhes inúmeras indagações. Aquilo me chamou a atenção. Eu disse, para meu interior, pensando como meus botões: Se tiver que aprender rápido e, mais cedo ainda voltar para casa, o certo era me juntar o mais próximo deste rapaz. Assim o fiz.

No outro dia fui o primeiro a chegar e logo que a escola foi aberta procurei sentar na cadeira próxima a ele. Fui logo perguntando qual era o seu nome. Ele me disse Jesus. Eu cumprimentando-o, perguntei: Jesus de quê? Ele permaneceu calado. 


Dando continuidade a me apresentar, mesmo ele não declinando de seu segundo nome, Eu lhe informei o meu: Eu me chamo EfeGueiros. Ele então indagou: Elf? Eu lhe corrigi dizendo não é Elf, é Efe com Gueiros.

Ouvi quando ele falou baixinho para si mesmo... Isto é lá nome. 


Tomando de sua exclamação, mesmo baixinha, eu disse: O que? 

Antes que ele me respondesse, Eu já empertigado, fui logo dizendo... Olha... Meu chapa, pelo menos, Eu tenho sobrenome, e me chamam Gueiros e tu que nem sobrenomes têm.

Ele olhou para mim e ficou calado. Neste momento entrou o mestre rabino e a sequência inamistosa que Eu havia criado ficou no ar.

Na saída Eu notei que Jesus caminhava na mesma direção que Eu e apressei o passo. Chegando próximo Eu falei... Oi Jesus! Tudo bem. Ele respondeu: Tudo!

Percebido que ele não ficara magoado com minha ação inamistosa, indaguei? Moras aonde? Ele apontou mostrando a casa. Era na mesma rua que Eu morava. Começamos daí então uma boa amizade. Quase na mesma hora todos os dias a gente se encontrava e íamos juntos para escola.

Na escola Jesus tinha muitos amigos e inúmeros parentes, primos. Tinha um deles João Baptista que era mais velho que Jesus. 


Passamos então a andar os três juntos. João não muito! Gostava muito de se isolar. De vez em quando sumia e ficava na campina sozinho. Campina forma de dizer, pois aquela região parecia mais com um deserto.

E íamos como todo adolescente brincando de diversas brincadeiras. Um dia numa brincadeira que era esconder a peia – a peia era uma corda que trazíamos na cintura da túnica e que era feita de pelos trançados do rabo de cavalos – nós a escondíamos num canto qualquer e os outros ficavam a procurar e o que tinha escondido ficava “cantando” (falando) enquanto os outros iam procurando a dita cuja: “tá frio, tá morno, tá quente”, isto na medida em que se aproximavam da peia...  Então quando “cantávamos” (dizíamos) quentíssimos; quem estivesse por perto se punha a correr porque quando agarrássemos a peia cobríamos de chicotadas o indivíduo mais próximo que estivesse, até ele bater num ponto, que era a manja ou “tempo-será” que livrava o indivíduo de apanhar.

Pois bem, num nos dias de brincadeira, Eu disse para Jesus. Tu escondes e me dizes onde está de antemão. Ele me perguntou, inocentemente. Pra quê? Eu disse deixe comigo. Combinado Jesus ficava dizendo como era normal: tá frio, tá quente. Quando se dizia tá ficando quente para alguém que se aproximava da peia todos os demais corriam para próximo do lugar, pois alguém queria pegar primeiro à peia, para com ela dar cipoadas nos outros. Então continuando Jesus disse: Tá ficando quente, e todos correram para bem junto de mim, que era o mais próximo.

Eu já sabendo de antemão onde estava a peia, havia combinado isto com Jesus, peguei a turma de surpresa, inclusive até o próprio Jesus, peguei da cinta (peia) rapidamente, e cobri o pessoal de cintada, o que mais apanhou foi o primo de Jesus... João Batista. Ele depois chegou para junto de nós após de ter batido na manja, e disse:

Caramba apanhei para burro. Jesus então falou: Mas, não perdeste a cabeça ainda. Eu exclamei: Oh! Jesus essa é demais. Perder logo a cabeça. Ele então falou: Deixa para lá no futuro você vai saber ou conhecer de minhas afirmações. 

Jesus era muito esperto, mas era também cheio de tiradas enigmáticas que não me fazia compreender.

Em outro, certo dia, nós estávamos jogando bola de gude (bolinhas de pedra ou vidro). Então o cara que estava no jogo mirou minha bola e errou. Porém, ele logo disse exclamando: bateu triscando (batendo de raspão) a bola. Eu imediatamente lhes respondi: Estás com safadeza, esta bola passou distante, não triscou nada. 


Ele levantou-se, estávamos de cócoras, e deu uma bicuda em minhas bolas jogando-as mato adentro. Fiquei fulo com aquilo e como sempre fui agastadiço, nervosinho, soltei-lhe a mão no pé do ouvido. Jesus me repreendeu no ato. Jesus era um rapaz altamente calmo. De boa índole... Referindo-se a mim foi dizendo... Não deves ser tão genioso Efe, e Eu consertava Gueiros. Se tivesses dado a outra face ele sairia envergonhado.

Eu reagi. Envergonhado uma ova Jesus, ainda exclamando cheio de raivas: Tais doido homem... Assim Eu apanhava duas vezes. Comigo é diferente... Deu levou... Comigo as coisas se resolvem no cipó, paus e peias no lombo. Ainda concluindo indignado:

Quem tem que procurar as bolas neste mato “é” Eu. E só foi uma "porrada". Se não interrompes era mais de uma que iria lhe dar. 


Agora deixa-te de conversas mole e me ajuda a achar minhas bolas. Mas, ele não parou e disse... Dia haverá em que escutarás Eu dizer isso de cima de uma montanha. Referia-se a dar a outra face.

Lá vinha ele com as tais palavras enigmáticas... Não compreendi nada e lhe dei outra chamada... Vai ou não vai procurar as minhas bolinhas comigo? E deixa-te de tuas charadas.

E fomos ficando cada vez mais amigo. Ele sempre dizendo, ô Efe, e Eu corrigindo Gueiros. Virou isto uma forma da gente se cumprimentar. Ele dizia: Oi Efe, e Eu respondia: fala junto... Gueiros!

Certa hora chegou ao pátio da escola um menino com uma baleadeira (estilingue) e atirou numa rolinha, um pássaro muito comum nas campinas. Ela caiu ferida parecendo morta. Jesus compadecido chegou perto, pegou a rolinha colocou entre suas mãos e parecendo estar soprando a mesma, abriu as mãos e a rolinha saiu voando.

Noutra, íamos a passear quando vimos uma aglomeração e um menino que se apiedava com uma rolinha na mão dizendo que ela havia sido baleada e estaria morta. Choramingava de pena... Jesus pegou da rolinha, fechou-a carinhosamente na mão dele, e como se falasse com ela, abriu a mão com a rolinha viva, entregando-a ao menino, que exclamou: Ele salvou a vida dela. Ao que outro, perto, falou pelos lados dizendo... É truque.

Vai ver que estás de conluio com o tal da baleadeira. Jesus então virou para mim e disse. Efe, e Eu Gueiros: este é meu amigo Tomé, no futuro, pequeno rapaz hoje, homem maior amanhã é por demais incrédulo. Só diz crer naquilo que vê, e me negará no futuro. Eu indaguei não estou entendendo nada... O quê diachos queres dizer? Ele disse deixa pra lá. Outro enigma! Pensei eu... Tomé era conhecido também de Jesus. Ele devia compreende-lo.

E fomos crescendo junto. Uma vez caminhávamos próximo ao lago de Nazaré e Eu perguntei: Jesus vamos tomar banho no lago. Ele respondeu vamos... Eu tirei a túnica e fiquei pelado. Quando olhei Jesus estava entrando na água... Eu disse: e não vais tirar a túnica. Ele disse: Não! Não devemos expor nossas partes pudicas. 


Eu vesti a minha túnica as pressas e disse: tu és doido meu. Tu és cheio de noves horas, já se viu entrar de roupa no lago e depois ficar molhado.  E ainda exclamei: Tá na hora de teres uma namorada para acabares com estas tuas frescuras.

E ele prontamente me respondeu: tempo haverá Efe, e Eu Gueiros, que terei minha Madalena. Ao ouvir aquele nome familiar Eu disse: 

Tu és é mesmo um sem-vergonha, não! Tais querendo dar em cima daquela gostosa da filha do meu tio Clarindo, não! Já Eu não posso nem pensar. Meu pai me disse que me capava se Eu bancasse o besta naquela casa. Jesus olhou para mim, mais nada disse. Nem desconversou se conhecia ou não a Madalena, que falava. Deixando-me encafifado como sempre com suas tiradas enigmáticas.

Então para não perder a caminhada e o dia eu perguntei-lhe: Vamos então pescar que não é preciso se molhar... Ele argumentou: Com que rede? Eu disse com uma vara. Fazemos como se fosse uma lança e fisgamos os peixes com ela, a água aqui é muita limpa e dar para ver os peixes. Fiz duas varas e começamos a pescar.

Passamos a tarde inteira e Eu fisguei uns três peixes e Jesus não pegou nada. Viemos, pois, embora para casa e no caminho Eu ia tirando um sarro dele... Mas tu és ruinzinho mesmo, és bom pra o estudo mais para o resto, és de lascar... 


Ele pondo a mão no meu ombro direito falou: Efe, e Eu Gueiros: Tempo haverá em que Eu encherei um barco de peixe. Ao que Eu respondi: Tais de brincadeira velho...! Com o que fizeste hoje, nem um cesto. Ele por cima disse: Bem lembrado... Encherei muitos cestos numa montanha, e darei de comer a muita gente! Outras das charadas! Já acostumado nem me atrevi a replicar.

E o tempo foi passando nossa amizade crescendo. Era Eu Jesus seus irmãos, pois seu pai, fora um homem viúvo antes de casar com Maria, que era sua mãe, tivera outros filhos, e João Batista; seu primo mais querido. E mais próximo.

Certo dia encontrei Jesus nas proximidades de minha casa e ele comentou: Vai haver uma festa na casa de um parente no sábado. Então Eu comentei... Não estou sabendo não! E arrematei...: Também para coisa boa ninguém me chama. Jesus então disse... Bocudo! Você é meu convidado.

Eu fui então indagativamente exclamando: Porém, não sou da tua parentela... E teu pessoal é todo cheio de onda! Não haverá problema exclamou Jesus! Estás comigo e lembre-se daquele ditado que diz: diz-me com quem andas e Eu te direi quem és, oh Efe.

E Eu Gueiros, ao mesmo tempo respondendo-lhe: és muito dum presunçoso não! Ele riu à beça até se contorcer. Vai ou não, perguntou? Eu disse: estou nessa.

Chegando ao sábado botei a mais bonita túnica e fui encontrar Jesus. E o bicho “tava” por demais bonito! A túnica parecia mais branca do que de costume. Os cabelos bem penteados. Pareciam terem sidos penteados com óleos cheirosos. E nos pomos a caminho da casa dos parentes dele.

Chegando lá todo mundo fez uma festa danada. Jesus me apresentou a todos e nos chamaram para dentro dizendo-me: Sejas um dos nossos. Estando com Jesus és boa companhia. 


Imediatamente a colocação, Eu virei o rosto para ele, Jesus e ele estava sorrindo. Eu cheguei junto e disse-lhe: baixinho... Não deboches não e deixe de ser presunçoso!

Entramos e Eu fiquei a acompanhar Jesus. Para onde ele ia, Eu ia junto. Parecia mosca em pão doce de padarias. Á certo momento fomos servidos. Trouxeram e nos serviram amêndoas, tâmaras, frutas naturais e secas. Alguns cereais com leite de cabra. 


E Eu há certa hora, olhei para Jesus e disse-lhe: Será que só tem isto a nos servir numa festa deste tamanho! Não tem uma perna de cabrito assada. Uma galinha frita. Umas codornas. Que diacho de festa é essa que todo mundo parece passarinho.

Ele respondeu: É porque eles sabem que só como isto. Eu comentei: Já num disse, que tu pareces que és doido. Eu sou mais gavião. Eu quero é carnes. Então ele apontando disse vais para ali. Irão te servir todas estas coisas. E fui.

Estava comendo quando surgiu uma pessoa e me perguntou: Queres vinho? Eu respondi... Certamente! Se puder me servir Eu fico contente. Aí a pessoa me trouxe um copo que, porém, estava pela metade e não cheio. Um cara que estava do lado, vendo minha reação comentou... Eu nunca vi uma festa de tantos pirangueiros (é o mesmo que sovinas, "pão duro", judeu mão aberta, espalmada, só que não entra nos bolsos para tirar nada). E ele continuou-o: Nunca vi um bar mitzvah tão pobre de vinho. Não demorou muito alguém que passava falou: O vinho acabou!

Olhando para bandas que Jesus estava, pois se acabara o vinho, isto era sinal de que a festa também estava a acabar, vi quando o dono da casa se dirigiu também em sua direção e ficaram conversando. 


Pela distância, não sabia do que conversavam, mas via Jesus balançar a cabeça várias vezes como quem dizendo não, ou que estivesse contrariado. Eu preguei minha atenção no cara que estava reclamando quando outro disse, pode deixar que Jesus vai resolver isto. Passaram alguns minutos e os copos começaram a ser servindo cheios. E o cara me disse, alertando-me: Não disse! Este cara faz milagres.

Eu bebi alguns e voltei para junto de Jesus. E exclamei! Caramba, tu és demais! Resolvesse o problema então hein! Exclamei... Mandastes comprar mais vinho. Dizes-me quanto foi que Eu quero rachar contigo. Ele disse Efe, e Eu Gueiros... Deixa pra lá em outra nós rachamos. Então exclamei para brincar: Tais com milagres, hein! Assustado ele sorriu... Indagativamente. Outro enigma para mim!

Depois vim, a saber, que ele tinha feito mais vinho na festa. O cara estava me parecendo estranho. Era meu amigo, mas era cheio dos truques.

Um dia isto começou a ficar mais acentuado. Jesus chegou para mim e disse: Efe, e Eu Gueiros, preciso conversar umas coisas contigo. Saímos a caminhar e nos sentamos embaixo duma bela e frondosa oliveira.

Então ele começou. Efe, e Eu Gueiros. Está chegando o tempo de minha missão. Que missão Jesus, perguntei... Ele continuou a falar: Minha missão divina. Eu logo interrompi assustado: Bom não vais me dizer que agora tu queres ser rabino ou sacerdote. É este o teu truque?

Ele disse... Não é truque não Efe, e Eu Gueiros. É uma missão que meu pai me designou. Sem o deixar continuar Eu indaguei teu Pai José? Tu nunca me disseste nada! Ele disse não! E falou... Meu outro pai.

Ouvindo aquilo exclamei! Eu não digo que tu és doido, ou estás ficando a cada dia mais doido. Agora me apareces com outro pai. Já imaginou se tua mãe te pegas dizendo estas asneiras. Mesmo grande, tu levas uma coça. Isto é coisa que se diga meu? Isto é ofensa.

Ele balançou a cabeça e então disse: Efe, e Eu Gueiros, tem certas coisas que agora não compreendes e como tu és cabeça dura não dá para te explicar, mais deverei sair de Nazaré e cumprir minha missão divina.

Tá... Tá... Tá... Interrompi-o mesmo nervoso: Quando isto for acontecer tu me dizes para onde vais que Eu quero um dia te encontrar, certo! Ele disse certo! E me deu um forte abraço. Mas, foram fortes mesmos, de quebrar costelas, cheguei a sentir um arrepio. Parecia uma despedida fatal.

Estava muito próximo de terminar também o meu curso, e Eu já estava começando a ficar triste pela falta que me faria Jesus, meu grande amigo de escola. Terminou o tempo. E Eu tinha que regressar. Meu pai Jerônimo veio me buscar e agradecer o que o primo Clarindo tinha feito por mim.

Quando ele chegou, Eu contei as novidades e do grande amigo que Eu havia conquistado e gostaria que papai fosse a casa deles para que Eu pudesse me despedir, não sem antes lhe dizer que o pai de Jesus, se chamava José e era um excelente carpinteiro e estava por ensinar a profissão a Jesus. Disto disse meu pai, ótimo! Por que estou precisando de algumas coisas para nossa casa. Vamos lá... É bem capaz que ele tenha algo que possa comprar. Ou encomendar.

Então fomos para casa de Jesus. Chegando lá gritei. Jesus... Oh, Jesus! Logo ele apareceu sorridente e disse: Oh amigo Efe, e Eu Gueiros... O que fazes por aqui... Eu então disse: Vim me despedir de ti e de tua família. Este é meu pai. Apresentei.

Jesus muito educado cumprimentou-o perguntando: Como estar o senhor... Fez boa viagem.

Ao que meu pai respondeu: Fiz uma boa viagem Jesus, nas graças do bom Deus. Jesus então indagou do meu: Falas do meu pai. 


Papai olhou para mim sem entender nada. Então Eu disse-lhe: Este Jesus sempre tira uma onda. Num liga não, ele está sempre com estes enigmas, estas charadas. Desconversamos e entramos.

Meu pai foi levado por Jesus para carpintaria a conhecer José e aproveitando ficaram a fazer negócio.

Enquanto isto, na sala, Eu me despedia de Maria, das irmãs e irmãos de Jesus.

Foi o tempo de papai chegar. Cumprimentou a todos e se despediu. Perguntei a Jesus por João Batista, e ele me disse: João viajou para voltar rápido e até agora não regressou, mas, quando Eu o ver digo-lhe que deixastes abraços.

Demos um forte abraço. Jesus e Eu. E ele disse: Foi bom te conhecer Efe, e Eu Gueiros. Ao que Eu respondi... Melhor foi para mim Jesus. Muito aprendi por tua causa.

E viajei junto com meu pai para minha vila.

Passaram-se alguns anos, acho que uns catorze, imagino que estava Eu próximo dos trinta e pouco, Jesus talvez tivesse 33 anos aquela altura, quando meu pai me pediu para ir para Jerusalém ver se podíamos vender mais alguns animais para lá. 


Era uma época boa, estava próximo o Pessach (páscoa judaica) e devido a isto, havia muitos sacrifícios no templo, e era certo haver possibilidade de grandes negócios. Eu sempre quando necessitava fazia estas viagens. Não ia ser a primeira vez.

Então peguei minhas coisas um jerico e fui. Minha mãe e meu pai já haviam preparado tudo. Estava Eu próximo de chegar a Jerusalém quando vi uma romaria de pessoas se dirigindo para um monte.

Curioso, perguntei... Para onde vocês estão, indo! Vamos ouvir a pregação de Jesus. Jesus de Nazaré, perguntei-lhes? Ele mesmo, responderam-me!

Bom, era hora de rever meu grande amigo. E aquele momento coincidente me fez ficar feliz. E fui. Fiquei próximo ao monte vendo-o a distância esperando ele terminar sua pregação. Era muito difícil chegar a Jesus. Tal era quantidade de pessoas a escutá-lo. Pelo visto ele fazia um grande sucesso como palestrante, pensei com meus botões. Verifiquei da dificuldade de falar com ele, era difícil. Mas, não desisti. Esperei que tudo se acalmasse para então ir ter com ele.

Quando acalmada a confusão, devida à profusão de pessoas, centenas e centenas delas, Eu fui próximo ao seu acampamento e um homem, forte, corpulento e com caras de não bom amigo, me barrou. Que queres? Eu falei... Gostaria de falar com meu amigo de infância Jesus. 


Era um cara de expressão forte e foi logo me despachando: O mestre está cansado e não pode falar com ninguém. Neste ínterim, Jesus passava próximo e Eu gritei bem alto... Oh! Jesus... Sou o amigo Efe não te lembra mais de mim! Ouvindo, meus gritos, ele se virou e veio correndo... 

Deu-me um abraço que caímos a rolar no chão... Caramba! Exclamou ele... Que maravilha! Quando chegastes! Viste o meu sermão! Que te parece! Diante de tantas perguntas, em sofreguidões... Eu lhe falei... Calma irmãozinho, calma. Primeiro vamos nos levantar para podermos conversar.
 
Levantamo-nos, e Então Eu falei: Estou me dirigindo a Jerusalém para tratar de negócios e ao passar ouvira falar no teu nome, e vim te ver. Não esperava, confesso, tanto sucesso teu como pregador. Estou por demais muito feliz.

Então ele disse. Jantas conosco. Aquiesci!

Ao contragosto do que vi na cara do cara que tinha me interpelado. Vim, a saber, depois, que se chamava Pedro. Notei uma ponta de ciúme do cara. Podem acreditar. Parecia que Jesus era propriedade dele!

Ficamos a falar, do passado e do que tínhamos feito após a separação, e ele, me pôs a par que tinham degolado João Batista, e posto a cabeça dele numa bandeja para servir a uma tal de Salomé. Veio-me logo a mente a brincadeira que Jesus tinha feito quando brincávamos de esconder a peia. Dele perder a cabeça. Coitado!

Estavam presentes todos os discípulos de Jesus, inclusive, o inamistoso Pedro. O mais solicito era o Judas, o mais culto, também chamado de Iscariotes. Tinham dois. O outro era arredio. Não me pareceu de muita confiança, o que de futuro se tornaria realidades.

No momento estavam, eles, a discutir de Jesus pregar em cidades maiores, o que lhe contrariava, pois dizia não ser a hora.

Ele virando-se para mim, indagou-me: o que tu achas Efe, e Eu Gueiros, para não perder a tradição, respondendo-lhe: Olha Jesus... 


Acredito que os meios, serão melhores, quanto mais gente te ouvir melhor para as tuas intenções, e as grandes cidades têm maiores números de pessoas, acho que será melhor para tua pregação. Veja o meu exemplo. Só estou indo a Jerusalém por que estamos com uns números muito grandes de animais, no tempo de abate e não temos demanda para todos na nossa região.

Ele parou, por uns momentos pensativamente e colocando a mão sobre o meu ombro disse... Meu amigo Efe, você me convenceu. E fazendo uma pausa, esperou para o que Eu sempre respondia... E calado tinha ficado. 


Perguntou seguidamente a mim: E cadê o Gueiros. Eu lhe disse... 

Fiquei distraído Jesus! Ao mesmo tempo em que lhe dizia que uma voz me pareceu ter surgido aos ouvidos a dizer num tom meio angustiado para o que Eu te convenci. Parecia a voz do teu pai. 

Incontinenti... Ele disse: O Pai José faleceu, EfeGueiros! 

Interrompendo-me. Em seguida... Fomos a cear.     

Após o jantar Jesus exclamou: Então... Disse Jesus a seus discípulos.
Vamos todos juntos para Jerusalém e meu amigo Efe seguirá conosco. E seguimos.

Próximo a Jerusalém Eu disse a Jesus, que ali nós íamos nos separar, pois Eu iria tratar dos meus negócios e depois nós nos encontraríamos para jantar qualquer dia. Dizes aonde vais ficar perguntei. Ele disse... Devo ficar na casa de uma prima de minha mãe chamada Marta. Todos nós. Vás lá e nos encontraremos para jantar.

Eu fui mais rápido na frente. Chegando perto dos portões de Jerusalém vi logo que Jesus seria maravilhosamente bem recepcionado. Havia uma multidão enorme, a maioria com palmas na mão gritando: Jesus nosso Salvador. “Jesus nosso Rei”.

Fiquei espantado e ao mesmo tempo contrariado, pois aquela região já tinha um Rei de nome Herodes, e um governador Romano de nome Pôncio Pilatos. Ambos muitos severos e paranoicos! Será que não ficariam enciumados com a chegada de Jesus e todas aquelas afeições demonstradas pelo povo... Indaguei a minha mente!

Passei pela multidão de gente e fui à proximidade do comércio ao redor do Templo. Ali comecei a conversar um a um dos comerciantes para ser-lhes o fornecedor de cabritos e ovelhas, e outros animais menores, para os sacrifícios que com certeza aconteceriam. Tanto quanto, para o consumo. Fechei bons negócios e estava bastante contente. Só esperava encontrar Jesus para contar-lhe. Com fome procurei uma estalagem que servisse refeições rápidas,

Encontrei uma próxima ao centro de Jerusalém para aonde afluíam muitas pessoas. E fiquei a descansar. No outro dia acordei. E passei a perceber uns comentários que começaram a me angustiar. Certa altura Eu ouvi um senhor comentar: Este nazareno está querendo confusão. Vão terminar dando uma surra nele ou enforcando ele.

Aquilo me impressionou. Jesus era de Nazaré. Almocei quase engolindo a refeição por inteiro e segui para casa de sua prima Marta. Chegando lá me identifiquei como amigo da família perguntando por Jesus. Não souberam me informar por onde estaria, ou estariam todos, porém fizeram um pequeno comentário que me deixou mais tranquilo, haviam sabido que Jesus deixara Jerusalém e provavelmente tivesse indo para o monte das oliveiras de onde se avistava toda cidade e lá permaneceriam toda noite. 


Mais tranquilizado pela informação retornei para estalagem para lá fazer pousada.

Pela manhã, eram umas cinco horas, levantei-me e me dirigi para o salão de refeições. Lá fazendo minha refeição ouvi outro comentário, que vinha de uma mesa próxima. Comentavam... Prenderam o pregador de Nazaré, aquele que chegou ontem com todo mundo fazendo festa. 


Ouvindo aquilo, só pensei em Jesus... Aí cheguei perto daquela mesa e perguntei: Porque o prenderam? Responderam-me: Não se sabe ao certo mais parece que ele ofendeu ao pessoal do Sinédrio. Aquilo não batia com a figura de Jesus. Ele ofender alguém. Ele mais parecia uma moça.

Corri direto para o local para saber os detalhes. Eram coisas muito complexas. Envolviam a lei mosaica, envolvia os Sacerdotes (os rabinos do Sinédrio), envolvia o messias, envolvia Deus. E por aí afora!

Então resolvi vou falar com ele! Mas, como me perguntava? O cara tá preso! Dado um momento sem aquela pressão inicial pensei: Desde que o mundo existe o dinheiro compra certas facilidades, a par disto, fui especulando aqui e acolá e já era bem tarde, quase ao anoitecer consegui chegar até Jesus.

Cheguei numa cela escura e falei: Jesus é EfeGueiros. Aí ouvi uma voz sentida, quase apagada dizer: oh amigo Efe, e Eu Gueiros... Como conseguisse chegar até aqui? Eu disse: isto não importa. O que foi que aconteceu? Indaguei-lhe... Ele tentou explicar, mas não estava em condições. Era tudo muito confuso. Ele mesmo não sabia de seus crimes, nem o tinham julgado ainda.

Eu disse a ele. Vou buscar ajuda e tirar você daí. Isto não pode ficar assim. Ele, pois estendeu as mãos, pegou as minhas mãos e disse: EfeGueiros tu tendes um pouco de culpa nestes acontecimentos. Eu! Exclamei assombrado! Então ele falou: Nem o diabo me tentando no deserto nunca me convenceu a fazer nada e tu me convenceste a vir a este covil de cobras. Mas, não te aborreceis não, logo estará acabado.

Pô! Para mim aquilo foi um alívio. Ainda bem. Quando vais sair, perguntei? Ele disse: Amanhã.

Caramba. Fico mais aliviado. Então ele começou a falar: EfeGueiros amanhã irão me moer no pau, colocar um coroa de espinho na minha cabeça, me fazer caminhar com um pedaço de pau pesando uns setenta quilos nos ombros e lá no monte Gólgota irão me crucificar.

Tais doido homem! Exclamei Eu! Piraste de vez. Agora adivinhas o futuro... E pior, o teu futuro! Exclamando angustiadamente!

Ele continuou: Está por fim a minha missão, tudo isto me disse o meu pai ontem. Antes que Eu o perguntasse disse: Não é o meu Pai José que já faleceu foi Jeová. Eu sou filho de Deus.

Eu saí dali angustiado com o que tinha ouvido e fiquei certo que tinham batido muito na cabeça de meu grande amigo de infância para ouvir tantas asneiras, pois era isso que tinha ficado nos meus ouvidos. Dirigi-me, às carreiras, aperreado, para o local onde estavam os discípulos e lá chegando fui direto falar com Pedro.

Ô Pedro! Tu que é metido a valente vem aqui para me ouvir. Vamos nos juntar: Eu, tu e os restantes dos discípulos com a maioria dos seguidores e vamos a cadeia soltar Jesus. Pedro balançou a cabeça. Não dizes nada ainda, argumentei. E continuei argumentando: Vejam bem! A defesa é feita pelos soldados do Sinédrio que de soldados não tem nada. São comedores de pãezinhos sagrados e não vão dar nem para a saída. Se fossem os soldados romanos que são hiper bem treinados seria osso duro de roer, e Eu não me meteria a besta, mais os soldados do Sinédrio são muito fracos.

Não encontrei apoio. Desolado saí andando pela noite e já raiava o dia quando pensei em conseguir ajuda de fora de Jerusalém. Deitei-me de cansado de tanto procurar por ajuda, sem sucesso, debaixo de umas oliveiras e dormi...

Senti depois... o raiar do sol no meu rosto e ouvi uma voz familiar e gostosa que Eu gostava de ouvir pela manhã. Dizer: Finho... Acorda...! Finho! E senti um beijo na minha face. Um beijo gostoso. 


Abri os olhos e vi aquele rosto maravilhoso. Alegre, sorrindo para mim. E Eu lhe perguntei meio sonolento, aonde tá Jesus. Ela disse: O quê... Tais doido... Fernando! Exclamou! Vais ou não trabalhar? Indagou-me ela. Era minha querida esposa Ana Maria, já falecida. O dia era uma segunda-feira, qualquer depois de Cristo.

Levantei fui para o banheiro tomar uma ducha e fiquei lá me martirizando debaixo da água que caia na minha cabeça. Caramba...! Crucifiquei, meu querido amigo Jesus. Que merda!


EfeGueiros.





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