Desde quando fui chamado (ou indicado) pela direção do Banco
Banorte a inaugurar uma filial na Cidade de Campo Grande, no Estado de Mato
Grosso do Sul (1977), então em divisão, que ouço (lá mais amiúde) os reclamos
dos produtores agropecuários, notadamente ás macros produções,
economia básica daquele Estado, dando contas do total descalabro e falta de logísticas do Governo Brasileiro,
especialmente do Ministério da Agricultura, naquilo que é primordial a aqueles,
quanto:
(a) Cooperativismo
zero;
(b) Vias de escoamentos
para produções péssimas;
(c) Falta de silos
(celeiros);
(d) A falta de indústria
setorizadas, pequenas e médias, á agroindústrias;
(e) E um fomento
para o setor, com mais profissionalismo.
No papel logístico, fomento e infraestrutura, para se terem
como exemplos, ouço falar há mais de 40 anos as sempre notícias, hoje mais
ainda, desde o advento da Internet, os apelos dos produtores sobre:
Ø As malhas rodoviárias
depreciadas ou péssimas;
Ø Pouco investimento nos
portos nacionais;
Ø Pouco investimento no
transporte por cabotagem na costa brasileira;
Ø Poucas empresas no
transporte por cabotagem;
Ø Pequena capacidade
armazenadora.
Parece ao se expor por estes sentidos, que se está repetindo
aquilo que foi elencado anteriormente. Não... Apenas se torna complementar,
para um nicho essencial e de poucos ou nenhuns investimentos, o que tem complicado
causando transtornos para exportações de nossos produtos agropecuários e perdas
formidáveis, inclusive para balança comercial e nossa capacidade de expansões
mercantilistas.
Enquanto nossos PORTOS encontram-se defasados de provimentos
técnicos, para mais de 30 anos na assistência a exportação, nossa produção
agropecuária cresceu geometricamente ao compasso daquele pelos tempos.
Só para dar um exemplo, em 2014, a CONAB - Companhia
Nacional de Abastecimento, junto com o DIEESE, órgãos federais setorizados por
todo o Brasil, estimava que houvesse um déficit de armazenagem para grãos em
mais de 40 milhões de toneladas ano. Tanto para silagem, quanto para os
armazenamentos de espera.
Noticia-se desde á três anos passados (2014), á cada safra
apurada, recordes de produções, àquilo que era um déficit de 40 milhões, vem
aumentado geometricamente. Ou seja, não seriam nenhumas tolices se afirmar que
no déficit com silagens e armazenamentos de espera, devemos estar hoje por uma
ordem 60 a 70 milhões de toneladas/ano defasados.
E isto tem significado elementos para os desperdícios que se
tem dado em perdas agrícolas de todas as espécies. Total, este, que é estimado
em algo que representa 25% das safras colhidas em 2016, que foi de quase 229
milhões de tonelada ano.
Tudo isto, estas perdas de mais de 25%, certamente causado
por falta de eliminações de todos os gargalos elencados.
- Quem já não viu escrito,
noticiado nas mídias, que centenas de caminhões, estariam enfileirados, ou,
atolados nas nossas “malditas” estradas, em vários quilômetros por falta de
condições de rodagens?
- Quem já não ouviu falar
que milhares de caminhões, estariam enfileirados por quilômetros nos limites
(limiar) de nossos portos de exportações, por contas de atrasos nos escoamentos
das bases produtoras, e por incapacidades de operações para cabotagens, quando
dezenas, e até centenas de navios ao largo. O que afora causar prejuízos na
demora, causa por conta de causar más qualidades aos produtos, afora pela
demora causada nas exportações, causar também prejuízos de mercados.
Uma maneira de demonstrar isto, tomemos como logística, as
análises da nossa forma de escoar as nossas maiores commodities, soja, por
exemplo:
- No Brasil, 82% da soja
colhida, e transportada por rodovias, 16% por ferrovias e 2% por hidrovias.
- Contra a mesma logística
nos EUA, onde 15% são escoados por rodovias, 35% por ferrovias e 40% por
hidrovias.
- Com economia de escala
menor e más condições das estradas, o peso do frete no valor da tonelada de
soja é bem maior aqui: 44%, contra 26% nos EUA.
Tudo isto além de ocasionar perdas, danificam a qualidade de
nossos produtos, além de causar desnecessariamente altos custos aos produtores,
reduzindo seus ganhos e a capacidades de re-fomentar novas produções, novos
plantios.
Afora impedir que sejamos mais competitivos, com a falta de
política agrícola, de poder influenciar nos rumos do mercado de commodities,
dando-nos por satisfeito pela ordem ditada, pelos americanos. Mesmo que sejamos
maiores em produção!
Ademais, por falta de uma logística para agregar valores a
estes produtos – nossos grãos – se analisarmos friamente, continuamos apenas a
ser produtores “extrativistas” como éramos pelos idos de 1950 quando remetíamos
o pau Brasil para fora, para tê-los de volta em porta e janelas, para sermos
exagerado, ou ora, apenas meros produtores básicos de commodities in naturas.
O que se perde em grãos, pelos motivos expostos, quase 25%
de uma safra, por apodrecimentos, ou desqualificações para exportações é uma
beleza, ou melhor, uma maldade.
No Brasil, os produtores precisam escoar a produção
rapidamente ou desesperadamente, para que seu produto não apodreça ou se
desqualifique... Então, por que não operar para se agregar valores com a
industrialização destes em pequenas e médias industriais, setorizadas a cada
predominância de produtos e produções na base das colheitas? É factível.
Por certo que sim, pois somos quase um zero na
agroindústria!
Parece-nos que o entendimento seria que a indústria agregar
valor a outros tipos de produtos é natural, e a agricultura, não, ou não tanto
significativo.
Esse pensamento, base de todo um modelo de desenvolvimento
muito usual no passado, não pode ser mais utilizado, pelo menos nos termos
simplórios como vem ocorrendo.
Pequenas e médias agroindústrias, com boas logísticas e
fomentos adequados, criariam valores a nossos produtos de agropecuários
negócios, para mais, criando igualmente mais empregos para áreas agrícolas,
numa sintonia, quiçá de retornos de mão de obra, que se esvaiu pelos tempos
para as grandes cidades.
Em 2014, se “sonhava” que seriam necessário algo como 260 a
300 bilhões de reais para sanear os gargalos havidos para a agricultura como um
todo.
Alguém, hoje, com um déficit deixado pelos governos petistas
em mais de 170 bilhões, pode imaginar que aquilo que era um sonho, hoje é um
pesadelo.
Na minha pouca e parca ótica de conhecimentos aprofundados,
mais sempre otimistas, creio que com uma boa política podemos catequizar
àqueles que são hoje os mais notáveis nas áreas de serviços de estradas de
rodagens e de ferro no mundo, que são os chineses, com altíssimos excedentes de
créditos, investir no Brasil nesta área.
Hoje nosso comércio de exportações, tem como maior tomador
de nossos produtos – principalmente os da área de agropecuários negócios –
serem os chineses, como são em outros comércios de commodities, como os
minerais, há anos.
Para isto, podemos considerar que jogamos inutilmente mais
de 723 bilhões de reais, com investimentos errados e esdrúxulos do BNDES, com
as CUBAS DA VIDA!
Vamos mudar? A direção?
Lembremo-nos que ingleses franceses e norte-americanos,
desde 1867 (canal de Suez) e 1913 (canal do Panamá) ligaram mares; por que não
novamente ligarmos o Atlântico ao Pacífico, via dos Andes, agora com os
chineses via de uma ferrovia?
Comercial e politicamente, seria de grandes interesses
mundiais a todos, as nações do oriente e ocidente, notadamente ao continente
sul-americano e aos chineses. Para mais, creio, mais rapidamente desafogaria o
Canal do Panamá, e mais rapidamente se transitaria produtos. Ou não?
Sonhar é sempre legitimo, mesmo que faço isto com meus 72
anos!!! Se serei capaz de ver ou não, isto é outro lado da moeda. Mas, já me darei
com fé ser isto factível.
E já provou sê-lo em várias partes do mundo!