Eis um mote, que data
vênia, tomo de o querido ir:. Tibério Maia, á ditos seus, e postos no Facebook:
“A Maçonaria que se destacou na Independência, na libertação dos escravos, na
Proclamação da República do País, onde se encontra?
A priori perseverante irmão Tibério, ela se encontra,
total e completamente adormecida, pois dormiu nos louros do passado e se
alienou das sociedades. Não se adaptou aos tempos, e virou apenas clube de
amigos. Muito pela total e completa ignorância do que foi, do que é, e do que
poderia ser.
Óbvio, como culpados maiores estão todos os Grão-Mestres
de todas as Potências existentes no Brasil.
Deixando a modéstia de lado, tenho foro e presencial para
afirmar isto.
Nos meus entendimentos, e principalmente conceitos,
dentre seus maiores pecados, existe o de trazer para dentro da MAÇONARIA todas
as ignorâncias religiosas, por qual, fez lutas no período compreendido entre
junho de 1717 a 27 de dezembro de 1813. E antes disto de 1717, quando
operativa, movida pelas diversas Guildas, e pós 1813, até os tempos atuais.
Se alguns não entende, antes de 27 de dezembro de 1813
existiam para Inglaterra e para o mundo, duas MAÇONARIAs. Uma chamada dos
ANTIGOS, tacanha e religiosa, e outra a dos MODERNOS, lógica e pragmática se
adaptando a sociedade e aos interesses da humanidade.
A tacanha, ou dos ANTIGOS, era excessivamente religiosa e
embasada sobremaneira nas questões cristã, onde o homem para ser digno probo
(de bons costumes) e livre teria que crer no deus cristão. E também ficar
gregário (partidário) das antigas ordens, ou ordens originárias da MAÇONARIA
Operativa, advindas das Guildas, que eram em verdades, algo, como para os dias
de hoje, um sindicato, ou um sistema cooperativista.
A outra, nominada pelos entes do grupo dos ANTIGOS como
MODERNA ou dos MODERNOS, já trás em si, dar para ser ter como pejorativo a
colocação, ser demasiada “especulativa”.
Ou moderas.
O imbróglio, começa, pela interpretação dos Antigos em
ler que as iniciações praticadas pelos Modernos não eram regulares. Mais quais
eram estas irregularidades?
Em toda história, historiada, não é expressivamente
colocada, quais irregularidades eram cometidas. Apagou-se nos tempos, ou por
conta da união praticada em 27 de dezembro de 1813.
Todavia, é suposto por maioria dos pesquisadores, que o
elemento que mais rendia problemas eram as questões quanto a religião. E tudo
muito ligado à Igreja da Inglaterra, conhecida também como Igreja Anglicana. E
por outras, o não cumprimento ipsis litteris, ipsis verbis dos Antigos
Regulamentos.
Passados 83 anos de “lutas” ou melhor, “brigas”, contados
a partir de 1730, quando James Anderson diante de muito pressões dos Antigos,
refez as antigas Constituições, que detinham formas bem mais próximo ao
laicismo, para fazer desta de 1730, uma Constituição eminentemente
confessional. Chegando-se em suas ações de práticas em templo, algo quase
clerical.
Estas ações chegaram a extrapolar as coisas no templo, a
ponto de causar espécie nas ordens sacerdotais. Daí grandes partes de
antipatias.
E o que isto, tem a haver com os pretensos erros da nossa
atual MAÇONARIA e sua pretensa e colocados adormecimentos?
Mutilações.
Foi neste período que a MAÇONARIA via de seus componentes
iniciados, foi mais prodiga em criar (construir) Ritos. Tudo para satisfazer egos de eminentes
maçons, e angariar espaços maçônicos. Uma forma de sair do absoluto mandos (e
diria, desmandos) da Grande Loja Unida da Inglaterra. Agora potência única.
Criou-se não só ritos com diversas linhas de conceitos
maçônicos (alguns nem para isto eram maçônicos), vários consideravelmente
adversos as questões cristãs, tanto quanto, um aumento de gradações (graus)
despropositais. A ponto de grandes mestres maçons, e de grandes escritores
maçons, já pela época, firmar que a real MAÇONARIA só existia em três racionais
graus. Que eram: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Outra das grandes mutilações, foi as criações dos
chamadas Landmarks. De todas as ordens, de todas as sortes. Ou para que desse
ou viesse a alimentar as coisas dos egos de seus criadores, todas para fazerem
frentes ao chamados Antigos Regulamentos.
Alinhe-se a tudo isto, que a MAÇONARIA, até idos do século
18, eram essencialmente elitistas. E diretamente governada por estes.
O exemplo maior deste elitismo foi e é ainda, a Grande
Loja Unida da Inglaterra, onde todos os membros do Grão-Mestrado maior, tem que
ter o título de Sir e ser anglicano, além do cargo de Grão-Mestre perpetuamente
pertencer a Coroa inglesa.
A francesa, a segunda de maior porte, tinha também este
grau de elitismo, segundo ao cargo de Grão-Mestre “dado”, pois em suma maioria
era escolhido, pelo anterior, e dado a nobres, da nobreza francesa.
Nem tudo foi tão ruim, por estas épocas, devido a estas
exceções elencadas. Um fato que tornava a MAÇONARIA forte, e operativa versus
seus efeitos a sociedade, é que a maioria de seus grandes mestres e
“governantes”, entenda-se veneráveis, eram cooptados dentre as pessoas mais
destacadas na sociedade. Nas mais diferentes áreas.
Complementarmente, a àqueles que poderiam com seus
esforços e capacidades profanas, enriquecer o quadro. Como grandes empresários.
Por outra, era muito comum ter gente dos vários poderes
de uma nação: como gente do Executivo governante, do Judiciário, dos Militares,
dos Políticos, e não se esquecendo pela época um outro poder, que era os
religiosos nas suas eminências maiores.
Foi quando a MAÇONARIA não só fez lutas contra as
ignorâncias religiosas, notadamente as da ICAR - Igreja Católica Apostólica
Romana, como aos Reis, Imperadores em seus absolutismos e governos títeres. Daí
ter podido produzir mudanças como se fez no Brasil, na Independência, na
Libertação dos Escravos, e na questão interna de poder, na criação da República
do Brasil.
Mas, na medida em que se foi conseguindo, vias de lutas
de ideias, pois foram poucas as revoluções feita a sangues no Brasil, várias
mudanças, atingindo ao que parece um ápice, seguiu-se a aparecer as antigas
mutilações, mesmo que latentes.
Paradoxalmente, voltou-se para coisas religiosas, e na
sua maior desgraça, dizer-se apolítica.
Maiores mutilações, que se tinham tornado latentes, que
“caducos” mestres, e péssimos conhecedores da MAÇONARIA em sua história e
conceitos, limitaram a ”eunucar” os maçons naquilo que a sociedade sempre
consistiu em ser: POLÍTICA.
A faculdade maior da MAÇONARIA, para crescer e
multiplicar-se inclusive em poderes, foi fazer todas as ordens de políticas, e
passados não tão remotos assim, haja vista que nossa Proclamação da República
feita por maçons, hoje, tem 128 anos. As maiores delas, a políticas de ideias e
de ideais.
Á propósito disto, as questões políticas, se voltarmos ao
passado tudo começa logo após, por incrível que possa parecer, devido a
existência da Revolução Francesa, e sua duração até novembro de 1799.
Receosos, diria mais do que isto, até em desesperos, o
Parlamento Britânico, devido ao grande boato de que foram os maçons franceses
que havia instigado a Revolução Francesa, fizeram uma lei, pondo a MAÇONARIA
britânica de joelhos.
Para não ser “dissolvida”, ou proibida de existir,
tiveram os membros governantes da MAÇONARIA, nas pessoas dos dirigentes do
Grão-Mestrado, fornecer obrigatoriamente, "por todos os dados civis",
uma relação da existência de todos membros existentes, e mensalmente, uma
relação de novos membros iniciados. Isto durou até o ano de 1967, quando enfim,
se cessou tais obrigações. Porém foram mais de 160 de subalternizações!
Mas, o ranço ficou... Quem, mesmo nos dias de hoje já não
ouvir dizer que é proibido se discutir política nos templos das Lojas...
Duvido, porém que achem quaisquer indícios, fora a lei do
Parlamento britânico, que alguma Constituição Maçônica tenha inscrito isto como
artigo proibitivo.
A ideia maléfica em dizer que política e religião poderia
levar os maçons a desunião, é chamar o homem maçônico como um ser estúpido, a
ponto de não poder discutir ideias e ideais.
Com esta balela, “eunucou-se” os maçons, ao fim, e ao
ponto de hoje, ela estar dormente. Enfim...
Ao início, ou quase introito deste artigo, firmei a
frase: “Deixando a modéstia de lado, tenho foro e presencial para afirmar
isto”.
Como firmar estes pontos? Com exemplos...
Era Eu na venerança de um grande ir:. e amigo Eugênio
Carbone, a convite do mesmo, como ofício, ser o Tesoureiro da Loja. Ao fim, dos
meus mensais relatórios há como andava a Tesouraria no que concerne à valores,
apresentar um item, em que dava como outras receitas, juros.
Chamou isto a atenção de um maçom, dos mais velhos
mestres, aquele tipo dono de Loja, se insurgir, a colocação é esta, pois, se
dizia indignado de Eu como maçom, estar agora fazendo da Loja, uma casa
bancária, ou como se Eu fosse um agiota. Pois, “criminosamente” agira “em
ganhar” juros.
E por que deste acintoso susto? É que antes de mim, todos
os valores que era aferido a caixa da loja, era numa contas correntes, colocada
num banco. Quando me tornei tesoureiro de imediato fiz abrir uma conta
poupança, onde passei a apropriar todos os valores pela Loja recebida.
Devida a insurgência do irmão, não importa aqui citar o
nome, do mesmo, haja vista, está muitíssimo vivo, e devido a forma grosseira,
como me interpelou, lhe perguntei se era doido, ou vivia no mundo da lula, ou
fora do Brasil.
Pois, vivíamos numa forma cavalar de inflação e se Eu não
fizesse isto, uma forma de corrigir a perda pela inflação, mais dias menos
dias, os valores se iriam deteriorando pela inflação, e o pior que iria
ocorrer, era dos recursos não mais fazer face as nossas necessidades. Nunca
mais teve o atrevimento de vir a me perguntar nada.
De outra feita, fiz uma questão numa de nossas reuniões
porque a MAÇONARIA, ao que Eu sabia a época, pelos grãos-mestrados, ou a nível
mesmo de Lojas, ainda não havia criado uma ONG, para com isto fazer os
trabalhos para a comunidade profana, quiçá, até as maçônicas. Tendo em vista,
recursos do governo que poderíamos fazer retornar a sociedade de formas, acho,
bem aplicáveis.
Ouvi, tácita e estarrecido, que isto era impróprio a MAÇONARIA.
Como? Impróprio por que? Seria crime... Do quê?
Pois é querido irmão Tibério de Sá Maia. Estamos caducos,
adormecidos e intemporalmente, vivendo na idade média. Donde me parece, ficamos
desde a Revolução Francesa.
Fernando Guilherme Neves Gueiros. Mestre Maçom.
Paulista, 14.06.2018.