terça-feira, 15 de maio de 2018






CRISE DE HOMENS




Meus caríssimos irmãos,


Editorial compilado da revista,

A VERDADE
– GRANDE LOJA DO ESTADO DE SÃO PAULO –

revista número 343 – janeiro & fevereiro de 1988,
demonstra sua contemporaneidade e a identidade de fatos que se tornam corriqueiros desde o surgimento do

Brasil Republica Presidencialista.
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CRISE DE HOMENS
As ultimas manobras dos homens do poder continuam a envergonhar o povo desta nação. Vísceras à mostra, as classes política e tecnocrata deixaram a discrição dos conchavos e assumiram publicamente retaliações, intensificaram a troca de insultos, denunciaram “traições” e estão mostrando, num triste (e caro) espetáculo “aos brasileiros e brasileiras”, de que tudo vale pela posse do poder.

Se antes era a desculpa dos “anos de arbítrio” que passamos, hoje estamos vendo que, mesmo com os militares de volta a caserna, a geração que aí está no poder não se renovou e na grande Corte que é a Capital do País, os tecnocratas e apaniguados dos poderosos continuam dando as cartas, apenas trocando de cargos e se locupletando com mordomias e corrupção. E o que é pior é que isto tem desencadeado uma reação em cadeia atingido (exceções, é claro) as áreas estaduais e municipais.

Enquanto o povo, que foi iludido com a campanha “diretas já” e com o Plano Cruzado por estes mesmos senhores que estão no Poder, assiste atônito a esta avalanche de corrupção que assola o País, uma geração anacoreta e ultrapassada, - mas ladina – fecha todos os caminhos possíveis para uma renovação de valores que possa mudar a mentalidade embotada e afeita às ambições pessoais que caracteriza a atual.

Isso nos parece levar à conclusão de que, no Brasil, existe, de fato, homens competentes. Mas onde estariam eles? No Governo parece que não, mas do outro lado. Do lado do empresariado que paga uma das maiores cargas tributárias do mundo e consegue continuar sobrevivendo; do lado do agricultor produtivo, que já não teme mais as intempéries do clima, mas as investidas fortuitas de uma malsinada reforma agrária; e do lado da (ex) classe média em sua luta quixotesca contra o moinho dos ventos da inflação. (Já desde 1994 dominadas). Inserção minhas.

Não enumeramos aqui nomes, pois não queremos parecer sectários de “a” ou de “b”. Apenas nos referimos a esta crise. CRISE DE HOMENS. Pois o que pensar de um País que apresenta, paradoxalmente, um dos maiores crescimentos do Mundo, mas que, a cada ano, vê sua dívida externa crescer como “bola de neve!”.

Parece até mesmo estar incrustado em nossa historia essa fascinação pelo poder, o grande pólo aglutinador da atenção que, desde nossa colonização, com a nomeação de DONATÁRIOS das Capitanias, envolve o pensamento nacional. Hoje, os donos do poder somente mudaram de nome, mas a sede é a mesma e a historia se repete.

Carnaval samba, futebol e chavões como “Deus é Brasileiro” ou “o Povo Brasileiro é pacifico” ajudam a encobrir a situação calamitosa em que se encontram as únicas áreas que o Estado teria a obrigação de gerir: TRANSPORTES, SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA.

Os estadistas, que com certeza nasceram entre nós, estão camuflados em cidadãos comuns, porque conforme declarou com proficiência um dia nosso Irmão Rui Barbosa, “... de tanto ver agigantar-se os Poderes nas mãos dos maus, o Homem chega a Desanimar-se da Virtude, a rir-se da Honra, a ter Vergonha de ser Honrado”.

A centralização do poder e o endeusamento do Estado, que é mau administrador, têm levado a sociedade Brasileira à péssima distribuição de renda que, por sua vez, gera revolta e o inconformismo social.

A Maçonaria, coesa e consciente da necessidade do povo Brasileiro convoca seus Obreiros para que, no contexto social e político em que vivem, lutem pelas teses contidas na Carta de São Paulo, que nada mais propugna do que reafirmar as reivindicações da sociedade que são as suas próprias: extinção de todos os Partidos Políticos, eleições gerais em todos os níveis e a adoção do sistema PARLAMENTARISTA.

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Por isso, reafirmo nesta compilação de um EDITORIAL tão acentuadamente contemporâneo, feito pela GLESP – GRANDE LOJA DO ESTADO DE SÃO PAULO –, que temos que mudar e haveremos de mudar se sairmos do seio de nossas sessões com a Sabedoria, a Força e a Beleza ali geridas e lutarmos. Incentivando nossos obreiros a participarem mais de nossa República sejam como candidatos a cargos eletivos, seja cobrando dos políticos, nossos irmãos, uma atitude.

Com essas medidas certamente as novas lideranças que ansiamos por encontrar poderão surgir e partidos realmente doutrinários possa ser opção ao pensamento democrático de nosso povo. Esta é a efetiva proposta da MAÇONARIA para superar a crise de homens que enfrentamos.

Eis, portanto, há precisamente 11.134 dias, ou 27 anos, 9 meses e nove dias deste editorial, mais uma vez chegamos aos 31 dias do mês de outubro do ano de 2015 e vemos que o ideal de nossas vidas socioeconômicas e política, não pode verdadeiramente ser comemorados.

Liberdade do quê? Fraternidade do quê? Igualdade do quê? Só se for dos novos DONATÁRIOS da REPÚBLICA DO BRASIL.

Ou que haja por parte de nossas FORÇAS ARMADAS um sentimento de uma INTERVENÇÃO CONSTITUCIONALISTA JÁ e a formação de um novo governo calcado na forma PARLAMENTARISTA.

Lembremo-nos!!!
Fernando Guilherme Neves Gueiros - M:. M:.


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