Como é do conhecimento de todos os maçons e de muitas
pessoas pelo mundo afora, a Maçonaria “surgiu” no dia 24 de junho de 1717, numa
quinta-feira, numa tarde/noite de solstício de verão no hemisfério norte em sua
terra natal Londres, momentos em que reunidas quatro Lojas, optaram em criar
uma associação de todas Lojas Londrinas, denominada Grande Loja de Londres.
Faço pois, uma pequena sínteses de seus dias...
Atualmente conhecido como Grande Loja Unida da Inglaterra
ou universalmente pelo a expressão na língua Inglesa também como o acrônimo
UGLE - United Grand Lodge of England! Nome este dado aos cessarem as brigas e
intrigas entre os maçons antigos e os havidos como modernos. Imbróglios este que
duraram um pouco mais de 80 anos, quase um século.
Portanto, neste ano ao qual entraremos nos próximos dias,
ano de 2017, marcará 300 anos de sua existência ininterrupta da segunda e mais
velha sociedade livre do ocidente, sendo superada somente pela ICAR – Igreja
Católica Apostólica Romana.
Sinteticamente este é o DNA mais próximo do que
conhecemos nas formas de registros factuais, hoje, conhecida como MAÇONARIA
ESPECULATIVA. Recheadas de momentos maravilhosos como as lutas pelas liberdades
igualdades e fraternidades entre os homens de bem, e outros senões.
Mas, como tudo tem o senão de origens, como pai para
filho e filho para pai, assim sucessivamente a maçonaria vem de outros DNAs.
É especulado sem muitos registros factíveis levar-se as
origens da maçonaria próxima aos absurdos do império romano, senão de outros
impérios como dos egípcios, caldeus, assírios etc., ou para outros mais
tresloucados já a levam com uma certeza doentia aos tempos de Salomão e até de
Adão, sendo este o primeiro Grão-Mestre, provavelmente usando como Avental
Maçônico uma folha de parreira.
Deixando de lado estas tresloucadas elucubrações
especulativas, muitas devidas por fantasias montadas por conta de suas
simbologias, muitas delas poucas criadas, a grande maioria apropriadas para
além dos tempos, e mais além ainda, pela formulação da Lenda do Mestre e do
simbolismo epopéico em formas de uma narrativa, cujos fatos provem dos
históricos do velho testamento cristão, qual foi à criação do Templo de
Salomão.
Mas, em verdades suas reais origens provem da idade média
nas inquestionáveis origens das Guildas.
As guildas eram senão o que podemos chamar hoje de
associação de trabalhadores profissionais de diversas áreas produtivas, que vão
desde chapeleiros, sapateiros etc. etc., e por óbvios pedreiros, cujos fins, havida
até as dos empresários, também são semelhantes aos de nossos tempos, como as
formas sindicais, de cooperativismo e por lógica á associações de mútuos, que
significa dizer: Um concurso de vontades, de conhecimentos e ajudas recíprocas
entre filiados de uma mesma profissão.
Dentre elas, a que se faz referência como Maçonaria
Operativa era a dos trabalhadores em pedras. Mais fortes e mais organizadas, e
a maioria delas sob proteção das monarquias e das ICAR – Igreja Católica
Apostólica Romana. Estas Guildas e seus profissionais se tornaram mundialmente
conhecidos por edificarem Templos, Fortes Castelos e Igrejas e outros misteres
relativos destes produtos.
Com o passar dos tempos estas guildas, por maiores
necessidades, e por um corpo maior e mais fortes, passaram das exclusividades
profissionais do ramo, para a heterogeneidade deste, admitindo outras formas de
profissionais braçais e seus mestres.
Com a proximidade do iluminismo, estas associações de
mutualidade formada na Idade Média, isto é, corporações de operários pedreiros,
passou-se a se miscigenar com outras corporações como as de negociantes ou
artistas, e mais próximo dos idos de 1700, a dos intelectuais, cujas gentes eram
bases os filósofos escritores e cientistas.
E de se supor, como há registros dos fatos, normalmente
estas reuniões eram concebidas e exercitadas em tabernas, ambientess propícios
entre algumas taças de vinhos e rum, á muitos devaneios, de todas as ordens,
particularmente a troca de ideias, ideais e conhecimentos.
As ações disto, por obvio pode se dar um nome: DEVANEIOS
ESPECULATIVOS.
Daí para MAÇONARIA ESPECULATIVA é só associar-me o termo,
tendo em vista, que hoje na verdade todo corpo da Maçonaria quando agregado ou
congregado, mais, se faz em um Templo, do que se fazia numa Taberna.
Os artífices, as cabeças em conjunto para o surgimento
desta Grande Loja e por consequências a MAÇONARIA ESPECULATIVA, foram John
Theophilus Desaguliers, que o sintetizaria como a alma desta, e James Anderson
e George Payne o corpo sintético de ordens estruturais e regras maçônicas.
Foi assim que a Maçonaria Especulativa, a minha ótica, a
de hoje muito menos ativa, se fez cooptar por nomes mais renomados política e
pecuniariamente, quando não da elite de alguma parte da nobreza para fazer
frente aos despotismos das monarquias absolutistas e feudos, notadamente os
poderes despóticos amorais e desmoralizantes da Igreja Católica Apostólica
Romana, na pessoa dos Papas de plantão a época, cuja febre dos desejos de
poderes e riquezas afetava sobremaneira o cidadão comum, a ponto de querer a
permanências destes nas formas mais “pestilentas” e degradantes da ignorância,
qual seja o analfabetismo.
Fez lutas disto e contra isto em todo território europeu.
Foi assim contra a monarquia absolutista francesa, portuguesa, italiana, e
outras, e metendo medos fez a monarquia inglesa criar um édito parlamentar,
aceitado pelo Rei de plantão a época, rei este maçom, que fez a Grande Loja
Unida da Inglaterra, a representação maior da Maçonaria por aquelas épocas,
submeter-se por 167 anos aos caprichos do Parlamento Inglês, que a fazendo
garantir fidelidades ao poder parlamentar e monárquico, e para o seu pleno
funcionamento, ter que informar, ao começo de todos os semestres, quebrando a
fidelidade de sigilos a que era impostos por Estatutos, os nomes, profissões e
dados pessoais de todos seus iniciados.
Eis um dos baixos momentos da Maçonaria. Mas, que nunca
sobrepujou sua gana no trabalho em prol do bem do homem, para suas mais
completas liberdades, trabalhando árdua profunda e profusamente para redução
das desigualdades, sendo hoje o expoente para o mundo não somente maçônico,
mais como um todo, em prol das FRATERNIDADES com letras maiúsculas.
Para mais... Estas lutas se estenderam para as Américas,
quanto então houve fortes lutas de grandes maçons, que fizeram as liberdades da
América do Norte do jugo inglês; de várias outras colônias na América do Sul,
como o Brasil do jugo Português e outras do jugo dos Espanhóis.
Falando da maçonaria enquanto brasileira, está não só
lutou arduamente, mas com sacrifícios de inúmeros maçons, que em lutas
promovidas contra o jugo português, como foram as lutas feitas por mineiros, na
Inconfidência Mineira, em que morreram várias dezenas de maçons e na luta por
uma república que foi a Revolução Pernambucana de 1817, quando então mais de
uma centena de maçons foram fuzilados ou enforcados, se fizeram em lutas por
liberdades, notadamente a liberdade por independência.
Os paradoxos destas mortes, que pouco houve, foram pelas
lutas da Independência do Brasil, quando arduamente se travou batalhas
políticas, literalmente dentro dos templos maçônicos do Rio de Janeiro. Até
quando enfim, apaziguando-se um pouco as diferenças dos grandes artífices da
Independência, os maçons José Bonifácio e Gonçalves Ledo ao cooptarem o
Príncipe Regente do Brasil do Pedro de Orleans e Bragança, lhes fizeram a
cabeça aos começos da Independência Brasil, em janeiro de 1822.
E isto começou a acontecer com a informação dada pelo
Príncipe, á público da varanda de sua residência, que ficaria no Brasil, após
ser veementemente intimado por decretos reais a voltar para Portugal, no que
ficou conhecido como Dia do Fico, e isto se deve em muito aos apelos feitos por
uma carta redigida e proclamada por José Bonifácio, então Grão Mestre da
Maçonaria Brasileira, em nomes de todos os maçons, para que o Príncipe Regente
ficasse e dirigisse os destinos do Brasil, que começa mais profunda e
profusamente com sua iniciação a maçom no dia 02 de Agosto de 1822, numa sexta-feira,
provavelmente a noite desta.
Sobrevieram depois outras lutas, como da eliminação da
escravidão em 1888 e aí com umas de suas últimas lutas que foi a proclamação da
República de 1889.
Outros DNAs de origens da Maçonaria, que é pouco
conhecido para os leigos, ou seja, os não iniciados, é que a Maçonaria, não
exercita ou professa quaisquer coisas relativas a ideologias religiosas,
inclusive as ditas luciferianas. Ou que seja contra as religiões. Jamais!
Suas reuniões ritualísticas são e devem ser sempre
laicas. Seu superior maior enquanto um Ser Regente Espiritual denominado o
Grande Arquiteto do Universo, nome e acrônimo formado como GADU, não para
substituição os tantos nomes de deuses havidos, para mim inventados, pelos
homens, senão aquele Regente Espiritual sem titulações nominais disto ou
daquilo das tantas religiões inventadas.
Neste sentido, contudo, outrora houve prevaricações.
Muito delas feitas pelas centenas de ritos criados, com bases religiosas, os
quais formatados por homens que se lhes importava expor muitos mais seus egos,
concomitantemente, as suas necessidades latentes em ser um sacerdote, ou para
aviltar as coisas ritualísticas de igrejas Cristãs.
Ainda, hoje há alguns ritos atuantes, que por respeitos
não irei declinar, mas que tem claras conotações em alguma “graça” para o viés
de sacerdotes por complexos. Com absolutas faltas de coragens de se tornar um.
Lógico, um erro, pois aos se lhes imitar trazem para
dentro da Maçonaria aquilo que se pretendia coibir que era a escuridão
produzida por crenças pestilentas que se obstinavam a obter poder e riquezas à
custa das ignorâncias do povo. Quando mais ferem o direito de laicidade que
evitam constrangimentos de outros tipos de religião no Templo.
Uma das coisas que também aos leigos, ou não iniciados,
não só pairam dúvidas, mais causam exercitar maus pensamentos, para dizer no
melhor, são questões sobre segredos. Dos sigilos, que se supõe são guardados a
sete chaves.
Minhas gentes, meus senhores e minhas senhoras e gentis
jovens, os grandes segredos da Maçonaria é não existir segredos! Enfim...
São os mesmos segredos guardados por uns cem números de
associações ou entidades religiosas e para mais, vos digo, são aqueles que
naturalmente são ou foram guardados por máfias: italianas chinesas, japonesas,
fascistas hitlerianas, etc. Ou são guardados quando da iniciação de um arcebispo
ou de um Papa. Ritos e ritualística esotérica via de Simbolismos! Quem viu ou
soube dos seguimentos destes atos? São e foram alguns, até hoje sigilosos.
As grandes diferenças para as questões religiosas e da
maçonaria é que estes simbolismos é o mister de seus trabalhos, quais são o de
aprender para seus conhecimentos e desprendimentos para seu interior, o ensejar
como combater o despertar de seu ID (reações instintivas) e reparos de seu EGO
e SUPEREGO, contrapontos quiçá formatado de formas a mal compreender as
sabedorias do homem livre, e que é nosso lema: Liberdade Igualdade e Fraternidade!
A simbologia maçônica nosso segredo esotérico, é isto. Os
discernimentos para quais os iniciados são compelidos a decifrar e compreender,
com quais símbolos será a chave de sua compreensão de atuação. Se uso
indistinta e perdulariamente o Maço ou se fica pelo Cinzel a perder de horas.
A cada símbolo da Maçonaria á um seu componente para
despertá-lo de sua mente inconsciente. Exemplos:
Utensílio simbólico
- Significado -
Alavanca: Poder da vontade
Cinzel: Discernimento
na investigação
Compasso: Medida na pesquisa
Corda: O meio que nos
rodeia
Esquadro: Retidão na ação
Malho: Vontade na aplicação
Nível: Uso correto dos
conhecimentos
Perpendicular: Profundidade na observação
Régua: Precisão na
execução
Trolha: Benevolência
para com todos.
A cada cabeça caberá fazer as associações de seus
momentos ou de símbolos entre si, ou de formas conjugados. O que poderá criar
um terceiro discernimentos. O homem não nasce cego, mas existe a necessidade de
a seu tempo saber distinguir as imagens, sons cheiros e sabores. Em sínteses
saber das diferenças do que é das masmorras e o que são das liberdades.
A Maçonaria Especulativa de John Theophilus Desaguliers
(a alma) de James Anderson e George Payne (os corpos) tem hoje as mesmas
dificuldades que tinha para todos de ontem e de hoje, quais são pelo o dito
maçônico:
“É fácil se entrar na Maçonaria, o difícil, muito difícil
é se deixar entrar por ela”!
Hoje a cada dia mais difícil está de conseguir estes
intentos, pois, motivados pela pressa de se fazerem mestres, estes se tornam incapazes
de se tornarem “pai” para produzirem filhos.
Para concluir louvemos e aplaudamos com todas as ênfases
possíveis, nós enquanto maçom que somos, os povos livres, pelos 300 anos de
aniversários da Grande Loja Unida da Inglaterra, a qual ao nascer lançou para
todo mundo seus filhos, em lutas contra os vícios e as ignorâncias dos
despotismos de governos e governantes.
Que assim seja...
Tríplices Fraternais abraços a todos...